
Dr. Marco Aurélio
Além dos conhecimentos clínicos, exercer medicina envolve saberes muito além dos conhecimentos científicos armazenados e desenvolvidos em várias horas de estudo individual ou nas salas de aula.
O presente espaço tem como principal objetivo abordar e desenvolver conversas a respeito dos saberes abstratos , porém fundamentais, na relação médico-paciente (ou médico-cliente). Vários acadêmicos preferem especialidades que excluam os atendimentos nas enfermarias e ambulatórios – apesar do grande interesse na esfera clínica.
O fator que os leva a deixar de lado o contato mais íntimo com os pacientes é impaciência diante do comportamento da maior parte dos clientes. Posto que o fator comportamental é intrínseco nas enfermarias e ambulatórios, cabem duas perguntas:
De que maneira nós, futuros médicos, devemos aprimorar nossa escuta diante dos sujeitos que buscam nosso auxílio?
Onde está o equilíbrio entre saber ouvir e não perder a objetividade nem a humanização nos atendimentos?
Pedro Paulo Azevedo.
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Breno,
ResponderExcluirconcordo plenamente com tudo o que você falou. Acho que realmente uma das coisas que me levou a não escolher clínica seja exatamente essa tal "impaciência". ´E mt difícil conciliar a tarefa de médico sem que o mesmo vire um psicólogo. Mas ao mesmo tempo não podemos perder a humanização perante o paciente em uma consulta, porque a confiança dele perante a "nós" é fundamental! Adorei a idéia das pessoas deixarem suas opiniões e experiências clínicas. Que todos possam aprender um pouco com as históricas alheias!
Seu texto está lindo, como sempre!!!!
Bjãooooo,
Débora.
Vou contar uma historinha rápida, uma experiência que tive com meu último médico.
ResponderExcluirFui me consultar com um endocrinologista muito conceituado, e que tinha sido recomendado a torto e a direito. Eu tenho diabetes, mas admito que sou bastante indisciplinada, e que meu controle está longe do ideal. Pois bem, percebendo isso, o médico foi me "anfinetando" de várias maneiras, dizendo que eu era irresponsável, que não gostava de mim, e que, além de tudo, estava gorda (tenho 1,68m e peso 65kg). Nem preciso dizer que não voltei mais lá.
Depois, tive contato com o trabalho dele em outro ambiente (um spa), e pude perceber que isso na verdade era um método: através da humilhação e da crítica feita de forma incisiva e constante, acreditava-se que o doutor estimulava os pacientes, que, ao serem provocados, faziam de tudo para alcançar o objetivo (perda de peso ou qualquer outro).
Por mais que algumas pessoas acreditem que esse tipo de abordagem funcione, eu, particularmente, acho desnecessário e até mesmo perigoso esse tipo de tática, que coloca o médico na posição de disciplinador autoritário, num ditador da saúde onde os fins justificam os meios.
Acredito que, nesse e em outros casos, ouvir e compreender o paciente, assim como atendê-lo de forma completa, considerando fatores psicológicos e comportamentais, pode trazer resultados mais satisfatórios não só para o bem estar físico, mas também para o mental.
E certamente faria com que eu voltasse para uma segunda consulta.
Seja bem-vindo ao nosso espaço de estudo e reflexões.
ResponderExcluirUm abraço.
Lydia
Ao meu ver, nós como estudantes temos que exercitar o escutar,pois estamos ali como um detentores de conhecimento, a quem o paciente procura auxílio e isto faz parte do nosso trabalho. A impaciência só leva a sermos máquinas e esquecermos que estamos lidando com seres humanos, como nós. Nós escolhemos uma profissão que lida com vidas, o que inclue escutar o paciente, mesmo que pareca algo fora de atuação nosso, é o dever e isto muitas vezes ajuda tanto no processo de doença, quanto na relação médico-paciente.
ResponderExcluirLília dos Santos - 5°P- Caxias